terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

Kafkaniana


















Um dia acordei e havia virado um inseto
Toda a culpa do mundo era meu peso
E cada erro que havia feito era um crime
Do qual nenhum ato bom meu seria lembrado.

Me definiam como asquerosa e detestável
E qualquer pessoa do mundo era melhor
Do que a imagem que havia em mim,
Não havendo beleza sequer em minhas palavras.

Todos apontavam os dedos dizendo conselhos
Sobre como eu havia me colocado naquela situação.
Todos abaixam seus olhos, ignorando a imprevisibilidade.
Eu era um inseto que não cabia amor ou perdão, apenas indiferença.