Entrando em minhas narinas, perfume,
Inebriante, desperdiçando-se pelo ar.
Suas formas perfeitas no doce pecado
Fazem-me esquecer minha forte negação.
Dedos escorregando como água em pedras,
Olhares belos como as folhas já amareladas
Cruzam-se em lábios molhados desejosos.
Tão doce, tão brusco, cobiça glutônica.
Parem os movimentos da minha imaginação!
Destruam os pecados da minha mente!
Não consigo vencer a minha própria volúpia
E desejando, já não sei se devo superar.
Maçã do pecado original, tão mordível,
Tão rubra, tão redondada, perfeita em si.
Espada do pecado final, tão afiada em si,
Tão firme, grande, a perfeição irrefutável.
E em bailes de aromas, sabores e sonhos
Perco-me contando os amores perfeitos
Desfaço-me só para que resconstruir-me
Em desejos rubros e pecados imortais.
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