sábado, 19 de janeiro de 2013

Letras vermelhas

















Não importa de onde venho
Não importa o peso na mala,
Ouça minhas palavras aqui
Pois elas são pesadas em si.

Enquanto as marés mudam
Com as fases propostas.
Eu desenho a dor e amor
Com a ponta dos meus dedos.

Minha garganta se trava
Como se a fala fosse viva
E pudesse de alguma forma
Contar tudo que não pude.

Olhe com seus novos olhos
Para esse punhado letrado
Pois sou diferente de todos
E aqui você pode desfolhar-me.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Lamento











Eu tenho um coração quebrado
Como uma caixinha sem música,
Esperando um olhar inexistente,
Esperando um sorriso impossível.

Ela está morta em meus braços
Nem teve chance de quebrar-se.
Minha pobre menina do passado,
A pureza ainda nunca deixará-te-á.

Ela está internada no sanatório
Com sangue em suas belas unhas.
Na juventude eterna, delírios
Que assombram sua maldição.

Ela está em coma profundo
Pensando em seu passado,
Pensando em seu presente,
Pensando em seu não futuro.

Peças quebradas, despedaçadas
Pelo tempo manchado de sangue,
Que nunca a libertará do abraço
Da morte que mantém a todos vivos.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Oublié















Sou algo, sou ninguém,
Uma sombra dispersa
Sob a luz do candeeiro
Vivendo sem um vintém.

Desprezo desprezada.
Meu orgulho sobreviveu
Quando todo o resto caiu,
Da minha maneira mimada.

Minha mãos trêmulas
Escondem essa face
Que vocês não veem
Mesmo que mostrasse.

Uma sombra em busca de luz,
Uma luz acostumada à escuridão,
Sem amor, sem fé, cheia de palavras
E dores que ainda desconheço.