terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Prisão


Na gaiola
O passarinho geme
Sua maldição:
Asas cortadas.

Na gaiola
O passarinho chora
Pra todos sorrirem,
Pois belo é seu canto.

Na gaiola
O passarinho vê
Todas as aves livres
Voarem até as nuvens.

E de sua gaiola
O passarinho espera
Pela maior misericórdia
Que só a morte poderia lhe conceder.

terça-feira, 9 de setembro de 2014

Cicuta


















Quem se importa
Como meu cálice
Cheio de cicuta
Em meio a festa?

Enfim engulo e vejo
O desejo inalcançável,
O claro fim inabalável,
A minha única vitória.

terça-feira, 19 de agosto de 2014

Destino Incerto


















Como alguém pronto para se ajoelhar
Esta luta está me destruindo,
Ameaçada por mim mesma,
Sigo fragmentando-me até falhar.

Montes de mentiras plantadas
Soterram minhas ideias finais.
Oh Deus, quando isso acabará?
Aceitarei ao que estou fadada?

Um grito quebra minha garganta,
Palavras nunca serão suficientes
Para desabafar todo o meu peito
Carregado, mortificado e deficiente.

Pegue a força que eu fingi ter
E injete-a novamente em mim
Para que minhas veias pulsem
Lembrando-me do que deveria ser.

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sexta-feira, 25 de julho de 2014

Resignação






















Me encontrar,
Fio perdido.
Azul... Não,
Sempre vermelho!

Onde reconheço-me?
No passado frio,
Assustado e sem volta
Poderei me reconstruir.

Peças tortas e afiadas
Com os dedos cortados,
Eis a ciência profunda
De aceitar seu espelho.

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sábado, 24 de maio de 2014

On kurson






















Esfinge em mim mesma,
Lágrimas petrificadas,
Ocultas em mãos frias.
Palavras sacrificadas!

Estive no deserto frio
Congelada por fora,
Sangrando por dentro.
Tudo em vão por ora.

Mas está na hora de cantar
Por todas feridas dessa vida,
Por toda maldição ferida
E em toda máscara, limitar.

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terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Vulto













Eu vi um fantasma,
Ele não era real
Mas eu tremi
Quando o vi.

Eu vi um fantasma,
Não posso lembrar
De sua origem
Cheia de fuligem.

Estava escuro,
Estrelas apagadas,
Promessas quebradas,
Veias já calejadas.

Eu o vi preso no passado,
Do outro lado do espelho
Assombrando meus olhos,
Preso nos poemas mortos.

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