Andei por estradas desconhecidas
Descalço e perdido, como todos que vi
Andei por pradarias seguras
Armado e ferido, como muitos dali
Não pude sentir o calor da própria cama
Pois quem caminha, eterno é o caminhar
Não pude nem sequer me aquecer da chama
Que ausentava quando pus-me a lamentar
A Morte é lenta aos que a esperam
Mas não tarda aos que se aventuram,
Continuarei a caminhar...
Estou cansada dessa maldita hipocrisia
Gente que fazendo o que sua boca condena
Cansada de ver toda essa gente sofrendo
Somente pela deliberada vontade de sofrer
Sim, estou cansada de ver riquinho
Fingindo ser do subúrbio, da periferia
Sem ao menos ter sofrido na pele medo
Aquele que te mata, te esfola, te aflinge
Vida mansa lhes é dada desde o berço
Mas isso seus olhos não querem ver
Viver dor alheia parece ser interessante
Quando se tem tudo para sorrir sem lagrima a derramar
Queria ver seus olhos quando o dinheiro não é suficiente
Quando o carinho e a atenção são inexistentes
Quando suas escolhas não possuem nenhuma opção
Quando a dor cresce a ponto de virar um ódio
Estou cansada dessa gente ver dor nas músicas
E acreditar que sofre igual
Sem ao menos sentir a verdadeira dor
De não possuir letras, não possuir vida e não possuir nada.
Porque resistes ao meu toque?Prometo que se assim quiserSó ficarei mais esta noite e nada maisPorque me encaras tão afoito?Minhas unhas não o cortarãoSó meus lábios permitirei marcar-teAh! Não se preocupe com a auroraNão se preocupe com o que te aprisionaFeche teus olhos e te entregueAcordei para vc, acordei com desejo de tiSua cama me chama, sua mão me arrepiaEntrega-te esta noite e prometo que jamais esquecerá
Acordei como se acorda dos pesadelosSem esperança, sem rumo, sem forçaMinha mente girava, meu corpo ainda tremiaEu ainda temia, confundido os dois mundosAcordei sem saber o que fazerCom medo de dobrar a esquina e morrerCom medo de almejar algo e não realizarCom medo de ter medo temendo tudo que não deviaAcordei, mas como se num passe de mágicaPude ver a janela aberta, uma falhaE eis que o céu era azul e o sol estava amenoFoi então que eu sorri...
Diga uma poesia pra mimNão estas de riminhaNão estas bem fodinhasCite seu coração, se embale...Conte sobre um mundo perfeitoSem dor, sem mágoa ou morteConte-me sobre amigos perfeitosSem brigas, sem traição ou dorDeclame com as narinas abertasSeja convincente desta vezE me abrace depois delaPois eu só quero é sonhar!