segunda-feira, 11 de março de 2013

Terceira

















Ela espetou seus dedos em agulhas
Na sangria de sua alma pecaminosa
Esperando que sua dor cessasse,
Esperando que sua mente perdoasse.

Caminhou milhas com os pés nus
Na estrada da pedras cortantes
Desejando que pudesse esquecer,
Desejando que pudesse renascer.

Ela era doce como a língua dos poetas
E amarga como o fel na língua sensível;
Carregava a guerra em olhos perdidos
E a culpa dos assassinos arrependidos.

A morte a acompanhava em passos
Mas não lhe era muito generosa
Em suas simples súplicas de piedade;
A morte apenas observava enquanto
Sua hora não se tornasse uma verdade.

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